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Notícias

6 de Fevereiro de 2024

Documento do mês de fevereiro de 2024

Festejos do Carnaval na SHE em 1904

 

O Carnaval, celebrado antes da Quaresma, foi no séc. XIX, e no início do séc. XX, uma das festividades mais celebradas do nosso país. A cidade de Évora não era exceção. Todas as coletividades preparavam e realizavam com bastante entusiasmo cortejos carnavalescos, espetáculos de récitas de carnaval e zarzuelas, onde não podia faltar a sátira política e social, bem como a organização de bailes de máscaras.

Em época carnavalesca divulgamos a zarzuela “Um final de noivado”, uma peça em um ato e três quadros, que estreou na Sociedade Harmonia Eborense, encenada pela companhia infantil constituída pelos filhos dos sócios da Sociedade, no Carnaval de 1904.

O texto original, com o título “De Vuelta del Vivero”, era da autoria de Fiacro Yrayzoz, poeta, dramaturgo e libretista espanhol, nascido no séc. XIX. Foi musicado pelo maestro Jerónimo Jiménes, seu contemporâneo, e traduzido para português por Silva Reis.

O enredo da peça “Um final de noivado” desenrola-se numa “casa de pasto”, onde se festeja a grandiosa boda do noivado de Baltazar e Luísa, paga por Dom Ambrósio, padrinho do noivo, homem abastado, dono de uma salsicharia, e que não olhava a gastos. Era casado com Dona Teresa, mas tinha fama de mulherengo, dizendo-se que estava farto da mulher.

A mulher do padrinho aparece em cena desconfiada com as traições do marido, que a julga a banhos bem longe da localidade, determinada a apanhar o homem em flagrante.

Entre os personagens principais consta o Martinho, clarinetista da banda da festa, que recebe dinheiro de Dom Ambrósio para enganar o noivo e afastá-lo da boda para o padrinho se aproveitar da noiva (entregando-lhe um bilhete de uma suposta ex-namorada para se encontrar com ele, ameaçando ir à festa armar escândalo). Quando o noivo sai da festa o padrinho leva a noiva a casa, mas a rapariga, percebendo as suas intenções, não o deixa entrar na habitação. Entretanto, Dona Teresa vai no alcance dos dois, acompanhada pelo músico do clarinete, preparada para dar uma lição ao marido. A peça acaba na habitação dos noivos entre grande sarrabulho, quando o clarinetista acaba por levar um banho com um jarro de água que a noiva lhe atira da janela pensando tratar-se do padrinho, e, ao sair da habitação, esquecendo-se do clarinete, volta atrás e leva uma sova da Dona Teresa que pensa tratar-se do marido. Ao chegar, enfim, Dom Teodósio também é recebido pela mulher, que o insulta e lhe bate freneticamente. Quem não percebe o que se está a passar é o noivo quando regressa a casa e a quem todos dizem que se tratava de uma brincadeira do padrinho. No final, é o músico Martinho que, apesar da molha e da tareia, mais lucra com a confusão, ao extorquir dinheiro ao noivo e ao padrinho: ao primeiro para não contar à noiva o motivo por que saíra da festa e, ao segundo, exigindo ser pago por ter afastado o noivo da festa e pela sova que Dona Teresa lhe dera, exigindo notas verdadeiras, porque o padrinho tentara enganá-lo da primeira vez pagando-lhe com dinheiro falso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cota: F: Sociedade Harmonia Eborense, SC: F- Atividades culturais, lúdicas e desportivas, SR: 001-Teatro/música, SSR: 004- Teatro, operetas e zarzuelas, Cx. 63, Ui:8

 

 

 

 

Esta notícia foi publicada em 6 de Fevereiro de 2024 e foi arquivada em: Documento do mês, Documento em destaque.