18 de Setembro de 2014
Documento do mês de setembro
Em setembro, o Arquivo Distrital de Évora disponibiliza a planta de instalação da Escola Industrial na Casa Pia de Évora, atual Escola Secundária Gabriel Pereira, que comemora neste mês o seu centenário.
Esta escola foi criada pelo Decreto Nº 873, de 17 de Setembro de 1914, começando por se designar Escola Industrial da Casa Pia de Évora, conforme demonstra a planta de instalação de 28 de Setembro de 1914, que se encontra no Fundo da Casa Pia de Évora (SC E-E/3 – Cx 1, Pt. 12).
A Escola Industrial foi instalada no edifício do Colégio do Espírito Santo e integrada na Casa Pia, onde já funcionava uma escola de carácter industrial e dotada de oficinas. No entanto, a escola da Casa Pia não abrangia a área de agricultura nem admitia alunos externos.
Face à carência de escolas com oficinas no Alentejo, uma vez que apenas existiam duas (Escola Industrial de Portalegre e a Escola-oficina de Viana do Alentejo), foi decidido criar uma nova escola em Évora. Todavia, como o orçamento da altura não permitia a construção de um novo edifício para a sua instalação, a escola ficou subordinada à administração da Casa Pia, a funcionar no edifício do Colégio do Espírito Santo, e dependente da então Repartição do Ensino Industrial e Comercial no que respeita ao ensino (SC G – Cx 2, Liv. 10).
Esta escola passou a admitir, para além dos alunos internos da Casa Pia, alunos externos do sexo masculino. Abriu com 68 alunos que rapidamente aumentaram para 115 em 1915 e 167 alunos em 1918 (SC F-F/1 – Cx 15, mç. 9).
No artigo 4º e 5º do Decreto Nº 873, foram criadas duas secções de ensino: a primeira do sexo masculino; a segunda do sexo feminino (SC G – Cx 2, Liv. 10).
A primeira secção foi composta pelas disciplinas:
– Desenho elementar;
– Desenho mecânico e desenho ornamental;
– Língua portuguesa;
– Aritmética e geometria;
– Corografia, geografia e história;
– Língua francesa;
– Princípios de física, química e ciências naturais;
– Noções gerais de comércio, escrituração e cálculo comercial, contabilidade agrícola;
– Oficinas escritório e campos para trabalhos práticos de: carpintaria, marcenaria, serralharia geral e mecânica, alfaiataria, sapataria, datilografia, prática de escritório comercial, trabalhos agrícolas.
A segunda secção foi composta pelas disciplinas:
– Ensino geral: leitura, escrita, contabilidade e escrituração doméstica;
– Desenho Elementar;
– Desenho ornamental e os trabalhos oficinais de: costura, corte, engomar, tapeçaria de Arraiolos, cartonagem, doçaria, cozinha e datilografia.
Em 1919, através do Decreto nº 6286, de 19 de Dezembro de 1919, a Escola Industrial da Casa Pia de Évora foi transformada na Escola Industrial e Comercial Gabriel Pereira e mudou de instalações para o Convento de Santa Clara no ano letivo de 1951-52, com a designação de Escola Industrial e Comercial de Évora, onde funcionou até 1970, ano em que mudou de instalações para o edifício próprio que ainda hoje ocupa.