18 de Dezembro de 2014
Documento do mês de dezembro
Alambiques para destilação de aguardente instalados em Évora (1914-1917)
Durante o período de 27 de Maio de 1914 a 27 de Dezembro de 1917, foram autorizados, ao abrigo do artigo 4º do Decreto Regulamentar de 21 de outubro de 1863, pelo Governo Civil de Évora e registados na Administração do Concelho de Évora, nove pedidos de instalação de Alambiques para destilação de aguardente.
As licenças para laboração destes Alambiques eram passadas após se ter cumprido o disposto no artigo 13º do referido decreto, sem que tenha havido qualquer reclamação e depois de cumpridas todas as formalidades prescritas. Salvaguardando que na referida destilação só se podiam produzir líquidos alcoólicos isentos de imposto de produção.
Foram instalados:
1914-05-27 – Alvará a conceder licença a Manuel João Corujo, para laboração de um alambique para destilação de aguardente situado na rua do Segeiro, freguesia de São Pedro de Évora;
1916-10-21 – Alvará a conceder licença a José Maria Empadinhas, industrial, para laboração de um alambique para destilação de aguardente situado na rua do Terrique Nº 34, freguesia de São Mamede da cidade de Évora;
1916-06-20 – Alvará a conceder licença a Sebastião José para laboração de um alambique para destilação de aguardente situado na rua da Ladeira Nº 17, freguesia de Santo Antão da cidade de Évora;
1916-06-26 – Alvará a conceder licença a José Joaquim de Matos Fernandes para laboração de um alambique para destilação de aguardente, situado na rua da Republica Nº 195, freguesia de São Pedro da cidade de Évora;
1917-01-15 – Alvará a conceder licença a José Joaquim de Almeida para laboração de um alambique para destilação de aguardente, situado na rua da Moeda Nº 67, freguesia de Santo Antão da cidade de Évora;
1917-01-15 – Alvará a conceder licença a Claudino Augusto Monginho para laboração de um alambique para destilação de aguardente, situado na rua da Lagoa aos Dízimos Nº 16, freguesia de São Pedro da cidade de Évora;
1917-01-15 – Alvará a conceder licença a Claudino Augusto Monginho para laboração de um alambique para destilação de aguardente, situado na rua da Alcárcova de Cima Nº 6 A, freguesia da Sé da cidade de Évora.
1917-12-31 – Alvará a conceder licença a António Joaquim Fernandes Potes, proprietário, para laboração de um alambique para destilação de aguardente, situado na cerca de São Francisco à rua da Cadeia, freguesia de São Pedro da cidade de Évora;
1917-12-27 – Alvará a conceder licença a José Calhau, proprietário, para laboração de um alambique para destilação de aguardente, situado na rua do Janeiro Nº 8, freguesia de São Mamede da cidade de Évora.
Não deixa de ser curioso o facto de, durante este período, coincidente com o da Grande Guerra (1914-1918), ter ocorrido um pequeno “boom” de destilarias de aguardente. A razão prende-se, não com o facto de ter havido um aumento do consumo humano de aguardente, mas com a substituição do petróleo pelo álcool enquanto fonte de energia nos automóveis e fábricas para fazer face à escassez imposta pelo conflito internacional.
Assim, não se podendo importar todo o petróleo necessário, produziu-se álcool para colmatar algumas falhas. Isso levaria à adaptação de motores de modo a que pudessem operar com álcool em vez de petróleo.
A economia de guerra obrigou, portanto, a deitar mão de soluções engenhosas.
No núcleo do Arquivo Distrital da exposição partilhada “Ecos da Grande Guerra”, organizada em parceria com o Departamento de História da Universidade de Évora, a Biblioteca Pública de Évora e o Comando de Instrução e Doutrina, o visitante tem a oportunidade de verificar, até 31 de janeiro de 2015, muitos pormenores relativos ao período da Grande Guerra.