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Notícias

2 de Outubro de 2023

Documento do mês de outubro de 2023

No âmbito das Comemorações do Cinquentenário do 25 de Abril de 1974 divulga-se um documento que exemplifica a vivência sob a ditadura.

A instabilidade política vivida em Portugal desde o final da Primeira Guerra Mundial, em conjunto com o insucesso da Primeira República e com o golpe de Estado Militar de 28 de maio de 1926, contribuíram para a ascensão de António Oliveira Salazar ao poder em 1932, enquanto Presidente do Conselho de Ministros – foi o início do Estado Novo[1]. Este regime surgiu na mesma onda europeia que percorreu países como a Itália, a Espanha e a Alemanha, nos quais se ergueram governos de cariz totalitário. Semelhantes em aspetos da vertente política, designadamente, na sua faceta intervencionista, antiliberal e antissocialista, também no foro sociocultural isto se verificou: o Kraft durch Freude na Alemanha nazi e a Opera Nazionale Dopolavoro na Itália fascista, ambas fundações direcionadas para o lazer e tempos livres dos trabalhadores, inspiraram o nascimento em Portugal, em 1935, da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho – FNAT[2].

A “política de espírito” não era apenas praticada dentro das salas de aula. Também se materializava no quotidiano através da organização dos tempos livres dos vários setores da sociedade, como era o caso do enquadramento das juventudes em corporações como a Mocidade Portuguesa e a Organização das Mães para a Educação Nacional, ou das Casas do Povo, Casas dos Pescadores, Grémios, entre outros. Cumpriam todas finalidades políticas, mormente, a formatação de um estado e de um povo com valores ruralistas e tradicionalistas. Por isso, cada organização dispunha da sua propaganda, dos seus boletins e de atividades como confraternizações, congressos, missas, comícios e excursões [3].

Neste contexto, o Arquivo Distrital de Évora divulga um documento, de 16 de outubro de 1961, com os Estatutos do Centro da Alegria no Trabalho dos Empregados da Câmara Municipal de Évora.

 

Cota Provisória: PT/ADEVR/JAD/C/006/0007

[1] GOMES, Fernanda Maria Veiga, “Os Municípios e a Expansão do Ensino Liceal no Estado Novo”, in, Revista Interacções, nº.28 (pp.68-84), 2014, p. 70

[2]  “A FNAT entre conciliação e fragmentação”, MELO, Daniel, in, CASTELO-BRANCO, Salwa El-Shawan  e BRANCO, Jorge Freitas, Vozes do Povo : A folclorização em Portugal, Lisboa : Etnográfica Press, 2003, pp. 37 – 57

[3] ROSAS, Fernando, HISTÓRIA DE PORTUGAL – O ESTADO NOVO, (dir. José Mattoso), vol. VII, Editorial Estampa, pp. 292 – 293

Esta notícia foi publicada em 2 de Outubro de 2023 e foi arquivada em: Documento do mês.