15 de Julho de 2025
Documento do mês de maio 2025
Dia Internacional dos Bombeiros
A 4 de maio comemora-se o Dia Internacional dos Bombeiros, para nos juntarmos à efeméride destacamos uma personalidade que marcou o seu tempo ao serviço do Corpo dos Bombeiros Voluntários de Évora.
Estamos a falar do senhor Estêvão Augusto, que nasceu a 4 de junho de 1902, na freguesia da Sé da cidade de Évora, e foi batizado na Igreja da Sé no dia 14 de outubro do mesmo ano, filho Romão da Silva, cocheiro de profissão, natural de Ferreira do Alentejo, e de Francisca Joana, natural de Redondo, moradores no Largo do Colégio da cidade de Évora. Casou a 1 de agosto de 1937, em Estremoz, com Belmira do Natal Lopes e faleceu a 9 de setembro de 1974, em Lisboa.
Foi pai de três filhas, as senhoras Ofélia Augusta Lopes da Silva, Maria Rosete Lopes da Silva e Joana Augusta Lopes, que nos facultou oralmente e apresentou documentos probatórios das suas memórias paternas.
O senhor Estêvão Augusto foi uma personalidade que marcou a comunidade eborense, foi marinheiro, bandarilheiro, e exerceu a profissão de correeiro, mas não se sabe ao certo qual o caminho que o levou a integrar o Corpo dos Bombeiros de Évora. Segundo o que se encontra documentado nas atas da Câmara Municipal de Évora, do ano de 1971, fazia parte do corpo ativo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Évora desde 17 de julho de 1926, passando, por motivos de saúde, a 28 de maio de 1971, ao quadro honorário da dita corporação.
Estêvão Augusto esteve 45 anos ao serviço do Corpo de Bombeiros de Évora e 29 anos dos mesmos foram prestados à frente do Comando da dita corporação.
Ao longo da sua carreira foi congratulado com várias medalhas pelo reconhecimento do seu mérito, contributo e esforço que deu à frente dos Bombeiros de Évora e essa memória está documentada
em vários periódicos nacionais e da cidade de Évora.
A 4 de junho de 1933 foi homenageado e condecorado com a medalha de prata de Mérito, Filantropia e Generosidade, pelo Presidente da República, o General Óscar Carmona, que se encontrava de visita a Évora, como reconhecimento do seu feito por ter salvo a vida de uma senhora que tinha caído a um poço, a 1 de fevereiro de 1931, pondo em risco a própria vida no exercício da sua função.
A 29 de agosto de 2003, no Diário do Sul, o seu nome é recordado, na crónica “Memória do Tempo”, na qual consta que o Chefe Estêvão Augusto foi homenageado a 18 de junho de 1950, data comemorativa do 25ª aniversário da sua admissão ao Corpo dos Bombeiros Voluntários de Évora.
Foi agraciado pelos seus feitos ao serviço da comunidade com a Medalha de Mérito Municipal, Classe de Ouro, em Reunião Pública da Câmara de 21 de outubro de 1971, a primeira medalha do género a ser atribuída a um cidadão eborense, por proposta do Presidente da Câmara António de Freitas Mascarenhas de Lima Duarte Gerald e aceite por unanimidade, no mesmo dia e ano recebeu a medalha de Benemerência atribuída pelo Estado Português.
No ano de 1990 foi aprovada em sessão da Câmara Municipal de Évora, pelo Presidente Abílio Dias Fernandes e vereadores, conceder em homenagem a Estêvão Augusto, o seu nome a uma praça num bairro localizado na periferia da cidade, nomeadamente no Bairro de Almeirim, onde hoje podemos encontrar a Praça Comandante Estêvão Augusto.
Fontes: Paróquia da Sé de Évora, liv. 250, registo nº 145, f. 71 e 71vº
Diário de Notícias de 4 de junho de 1933, facultado por Joana Augusta Lopes
Fotografia facultada por Joana Augusta Lopes