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Notícias

13 de Julho de 2015

Documento do mês de julho

Aqueduto da Prata em Évora

 No mês de julho o Arquivo Distrital de Évora divulga vários documentos, datados de 1827, relativos ao Aqueduto da Prata da Cidade de Évora.

O Aqueduto da Prata em Évora foi inaugurado a 28 de Março de 1537, estando presumivelmente sobreposto a um antigo aqueduto romano.

Construído em apenas seis anos, teve como responsável o arquiteto régio Francisco de Arruda, contratado pelo Rei D. João III em 1534.

A construção estende-se por cerca de 18 km, permitindo levar a água desde a Herdade da Prata, situada na freguesia da Graça do Divor, concelho de Évora, até a cidade de Évora. Ao longo da sua extensão existem troços de visível impacto artístico como, por exemplo, o segmento que passa junto à igreja de São Francisco. Aí permaneceu até 1873 o Fecho Real do Aqueduto, um pórtico renascentista composto por um torreão de planta octogonal, decorado por meias colunas toscanas e nichos ornados de vieiras, nos arcos de meio ponto, tendo um corpo superior com lanternim de aberturas do mesmo estilo, envolvido, na base, por umas piriformes.

Também na Praça do Geraldo, onde o aqueduto terminava, esteve uma fonte adornada por leões de mármore e associada a um arco de triunfo romano, ambos depois abandonados aquando da remodelação henriquina da principal praça da cidade e cuja fonte primitiva foi substituída pela atual fonte da Praça do Geraldo.

Na Rua Nova de Santiago, exatamente no local onde a cerca velha foi cortada, Francisco de Arruda construiu uma Caixa de Água renascentista, de planta quadrangular e atualmente com dois lados visíveis, com doze colunas toscanas e largo entablamento, obra que caracteriza o maior empenhamento artístico.

Ao longo dos séculos o Aqueduto da Prata sofreu algumas alterações entre acrescentos e demolições. De maior relevo foram os vários chafarizes e fontes que se implantaram ao longo do percurso citadino para além da terminação simbólica, na Praça do Geraldo, junto ao antigo arco romano. É de realçar, ainda, a Fonte do Chão das Covas, obra datada de 1701. Do período de renovação urbanística patrocinada pelo cardeal D. Henrique, permanece também o Chafariz das Portas de Moura.

Ainda do século XVI, outros dois chafarizes foram construídos. Um no Largo da Porta Nova, com nítidas semelhanças com os desenhos de Afonso Álvares (arquiteto que construiu as fontes da Praça do Geraldo e das Portas de Moura), e outro no antigo Rossio de São Brás, uma campanha que data já da época filipina e que se estendeu até à edificação de uma vasta avenida.

Parcialmente restaurado no século XVII, por causa da Guerra da Restauração, o aqueduto foi objeto de constantes beneficiações durante os séculos XIX e XX, não se alterando, todavia, o seu projeto.

Como se poderá verificar, o Aqueduto de Évora possui, ao longo do seu percurso, inúmeros elementos dominantes de arcos de volta inteira construídos em pedraria aparelhada, estabilizados com argamassa.

Existia na Câmara de Évora um Provedor do Real Aqueduto, um cargo de grande importância, de nomeação vitalícia, muito bem remunerado, a quem competia fiscalizar as obras do dito aqueduto.

Espanca, Túlio – Património Artístico Municipal. A Cidade de Évora. Boletim da Comissão Municipal de Turismo de Évora. Évora: Câmara Municipal de Évora. N.º 7 (1944), p. 84-106.

1 (2)

Autuação de uma Precatória que emanou do Juízo da Provedoria do Real Aqueduto da Água da Prata da cidade de Évora, para a diligência que na mesma declara.

 

2 (2)

Carta Precatória passada por bem do Real Aqueduto da Água da Prata, fazenda de Sua Majestade, dirigida ao Juiz de Fora de Viana do Alentejo, para que se cumpra o que na mesma se declara.

 

3 (2)

Despesas que se fizeram no Real Cano da Água da Prata, no sítio dos arcos da Cartuxa e de S. Bento, com 14 roturas abertas, teve início em 8 de janeiro e findou a 11 do mesmo mês.

Esta notícia foi publicada em 13 de Julho de 2015 e foi arquivada em: Documento do mês.